quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

8ª semana e um grande susto!

A semana não começou muito bem. No domingo, dia 8, o enjoo tomou conta de mim. Tudo me dava náuseas, cheiro, gosto, uma comida, não podia ver nem sentir nada que meu estômago já revirava. O final de semana acabou e então a semana começou. Depois de uma madrugada de enjoos e fortes dore
s na lombar, a segunda-feira, dia 9, já começou mal também. Mesmo assim, tomei um banho e fui trabalhar, mas foi só questão de tempo. Depois do almoço sai para algumas entrevistas na rua e quando retornei para a redação eu sentia como se o calor estivesse sugado toda minha energia.

Não aguentava nem mesmo falar, minha respiração estava fraca, dores por toda a perna e lombar e a vontade era só de chorar. Eu ficava pensando no que estava acontecendo comigo? Parecia que meu corpo não me pertencia mais, foi a pior sensação que já senti. Em casa as dores só pioraram e o que antes só refletia nas costas agora era em todo corpo e também na cabeça. Me sentia latejar por inteira e infelizmente eu tive mais uma madrugada de muita dor e agonia.

Na manhã de terça-feira, dia 10,  levantei cedo, tomei um banho e prometi para mim que o dia seria ótimo, mas não funcionou. Só deu tempo de chegar no trabalho e correr para a maternidade. A dor era insuportável, dessa vez eu sentia minha barriga endurecer (como se fossem contrações, mas eu sabia que isso não era possível com apenas 8 semanas).

Fui sozinha, o Lucas estava trabalhando, mas confesso que nunca mais me aventuro a sair assim. Foi terrível, me senti desprotegida, completamente sozinha. As atendentes me atenderam com todo carinho, mas eu não conseguia parar de tremer, era tanta dor. Eu me lembrei que sempre me dizem para não gritar em maternidades, porque eles normalmente te deixam mais tempo esperando, então fiquei bem quietinha. E comprovei que essa teoria é verdade. Com a maternidade lotada eu fui atendida em menos de 10 minutos, eu chorava bem baixinho, só sentia minhas lágrimas escorrerem pelo rosto, era uma mistura de dor, com muito medo, afinal eu não queria perder o meu bebê.

Ao entrar no consultório o médico me avaliou e logo disse que as dores não eram normais e pediu que eu me deitasse. Ao me examinar mais uma vez ele identificou um pequeno sangramento e nesse momento meu mundo caiu por alguns minutos. Eu sabia que sangramento nessa altura da gravidez não era nem um pouco bom. Então ele me disse: - temos aqui uma suspeita de aborto, vamos te medicar e então vou te encaminhar para um ultrasom de urgência.

Eu coloquei a mão na minha barriguinha e comecei a conversar com meu neném. Eu acreditei em todo momento que Deus estava ali nos protegendo e que ele me ajudaria nesse momento tão difícil. Fui encaminhada para a observação, fiquei lá por algumas horas tomando remédio, enquanto isso o Lucas voava até a maternidade. Quando eu acordei do soro ele já estava ao meu lado e naquele momento parecia que eu estava mais forte e confiante, pois o meu marido estava comigo e enfrentaríamos qualquer coisa juntos.  Eu tentei falar algumas palavras para ele, mas ele só me disse: - Não fala nada amor, vai dar tudo certo. Vamos confiar em Deus!

Então eu só tentava manter a calma, mas era praticamente impossível. As enfermeiras do ultrasom chegaram e me levaram com soro e tudo para fazer o exame. Assim que o médico começou o meu "feijão" apareceu na tela. Eu queria ouvir o coração, eu precisava muito, então o doutor imediatamente aumentou o volume e pronto. O som mais lindo do mundo começou a tocar, as batidas aceleradas dele eram tudo que eu precisava naquele momento. Ele estava bem, estava vivo, estava ali dentro de mim.

Sem conseguir parar de sorrir eu não conseguia esconder minha felicidade. Quando retornei para o quarto as enfermeiras na hora imaginaram que estava tudo bem e começaram a me dar parabéns! Sim nós mamães somos vitoriosas, guerreiras, leoa, agora estou começando a entender tudo que me diziam. Aguentar dor, enjoo, cansaço por 24 horas é só por amor e isso eu tenho de sobra. Quero ser o mais forte que puder, arranco forças da onde não tenho e quando me pego sozinha eu choro, porque as vezes a gente só precisa chorar. Lágrimas não são sinal de fraqueza, para mim são como um refrigério para a alma, é como se eu dissesse: eu estou vencendo!!

Meu amor, você não imagina o susto que a mamãe passou essa semana. Obrigada por ser forte meu guerreiro, obrigada por lutar junto com a mamãe todos os dias. Foi maravilhoso ver que você está crescendo lindo e saudável, quero que saibas que por você a mamãe e o papai enfretam tudo e vamnos enfrentar para sempre. Você é o nosso tesouro, por isso te amamos tanto!

Com carinho,
Mamãe